domingo, 19 de abril de 2009

Freeway

Frases feitas, regras de conduta, jeitos certos de agir para cada situação. Isso não existe. Só o trânsito tem regras tão definidas. Limite de velocidade, multas, leis estabelecidas a serem respeitadas. Na vida real, não há pardais, não há avisos de “proibido estacionar” e nem guinchos. Cada carro segue na velocidade que deseja ou que pode. E corre. Ou estaciona.

É incrível a preocupação que temos em agir “certo”. A atitude certa com o cara que a recém conhecemos. A atitude certa no ambiente de trabalho. A atitude certa na educação dos filhos. Como falar sem se expor, como falar sem se mostrar disponível demais, como calar sem parecer distante demais.

E como isso acontece. Não temos um manual de instruções de convivência, e quem diz que sabe como agir em todas as situações certamente esta mentindo. Assim como quem diz que nunca tomou a atitude errada nas horas mais erradas também.

Esse fim de semana eu ouvi muito isso de diferentes amigas: “Por que fui fazer isso?” “Por que liguei?” “Por que mandei a mensagem?” “Por que não fiz nada?” “Por que não mostrei interesse?” E isso não é restrito às relações amorosas, mas a todas as relações em geral.

E como tomamos atitudes erradas, como a gente erra. E ainda assim, como nos punimos e nos castigamos... Porque é difícil mesmo achar o tal do equilíbrio, se é que ele existe mesmo. Tudo o que sei é que realmente não existem regras nem a maneira certa de agir em todas as situações. Pessoas são imprevisíveis.

Me exponho ou me recolho? Ligo ou não ligo? Apareço ou não? Respondo ou não? Proponho tal negócio ou não? Mostro a minha idéia ou não? Sempre dúvidas baseadas na reação que a gente acredita que vai provocar no outro com as nossas atitudes. Mas a verdade é que jamais vamos controlar a reação do outro. É muita pretensão pensar que podemos controlar isso. Para duas pessoas diferentes a mesma atitude ou frase pode ser interpretada das maneiras mais absurdamente diferentes, dependendo das experiências de cada um, da historia de cada um...

A questão é tomar a atitude que EU sinto vontade de tomar, porque daí eu não vou errar nunca. Pode ser que eu provoque um sentimento ruim no outro, que o outro se afaste. Ainda assim, eu não errei. Porque fiz o que eu senti que era o certo naquele momento. Claro, desde que ponderado e refletido, o mínimo possível. Assim fica bem mais simples se perdoar caso as coisas dêem errado. Porque uma hora ou outra elas dão mesmo. E não há o menor problema nisso.

Mas não há como antecipar o futuro. O segredo então é seguir fazendo escolhas baseadas em nossa vontade, em nossa intuição, em nossas experiências e seguir torcendo pelo melhor.


Siga livre na via, procure seu próprio limite de velocidade. Estacione onde quiser e quando precisar. Você só termina a viagem quando o motor cansar. Mas até lá, gasolina e manutenção estão sempre por perto. Basta saber procurar e ficar atento aos períodos de revisão.

2 comentários:

pensar disse...

Oi Lu,

Se responsabilizar essa eh a questao. E a perda do fardo(ah como eh bom!!!). Mas tao comum ouvir um eu deveria, poderia..... e eu penso qdo vao acordar... o ...ria nao existe.
A questao eh Free way, escolhemos o caminho o resultado quem sabera?
Bjos

Luciane Slomka disse...

Isso ai Mari...seguir na freeway...acelerar ou parar, nao importa. O importante é nunca dar ré. O resultado deixa que o tempo nos diz. Beijo!