sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

A hora zero



00:00


Hora 0


Mais 24


Menos 24



Queria encarar todas as meia-noites como um recomeço.


Sempre uma nova chance de mudar o que for preciso.


Sempre a esperança de realizar meus sonhos.


Sempre o futuro pela frente.


Feliz dia 25 do mês 12 do ano 2008.


Apenas números.


Eu quero a vida.

Para reinventar meu 2009 e meu futuro...

Reinvenção

A vida só é possível
reinventada.
Anda o sol pelas campinas
e passeia a mão dourada
pelas águas, pelas folhas. . .
Ah! tudo bolhas
que vêm de fundas piscinas
de ilusionismo... – mais nada.

Mas a vida, a vida, a vida,
a vida só é possível
reinventada.

Vem a lua, vem, retira
as algemas dos meus braços.
Projeto-me por espaços
cheios da tua Figura.
Tudo mentira! Mentira
da lua, na noite escura.
Não te encontro, não te alcança...
Só - no tempo equilibrada,
desprendo-me do balanço
que além do tempo me leva.
Só - na trevas
fico: recebida e dada.

Porque a vida, a vida, a vida,
a vida só é possível
reinventada.

Cecília Meireles
in Flor de poemas

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Hoje

Meu silêncio não pára de gritar.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Crepúsculo

Morrer é fácil.
Difícil é a vida.

Difícil é saber que, ao fim do dia, somos sempre nós em confronto com nós mesmos, com nossos fantasmas, nossos limites, nossos medos infantis. Dificil é poder estender a mão, pedir colo, saber ouvir um não, saber ouvir a crítica.

Fácil é desistir, reclamar, protestar por protestar. Fácil é ser vítima.

Como dói descobrir-se, abandonar o que éramos. Como dói a saudade do conforto e o medo do futuro incerto. E por que não dizer, o medo de ser feliz, irresistivelmente e despudoradamente feliz.

Há de valer a pena

domingo, 21 de dezembro de 2008

Ninguém morre sabendo



Depois de descobrir que meu irmão também tem um lindo e excelente blog (http://www.convulsão.blogspot.com/) li essa frase que é título desse post, que é dele, mas que gostaria que a autoria tivesse sido minha.
Ninguém morre sabendo.
Diz tudo. Quanto mais velhos vamos nos tornando, mais temos que ir abandonando a certeza, apredendo a fina arte de lidar com a insegurança, com a dúvida, torná-las nossas companheiras de viagem, aprender a respeitá-las. Temos que abandonar aquela pressa adolescente, aquelas afirmações cheias de certeza, porque a cada dia novos acontecimentos nos afirmam que temos sempre muito menos controle sobre nossa vida do que gostaríamos. Nunca sei se acredito ou não em destino, ou naquela famosa frase "o que é teu tá guardado". Pode até estar, mas eu não posso esperar que o que esteja guardado venha até mim. Sou eu quem tenho que buscar isso. Mas como fazer isso sem pressa? Como fazer isso sem pular etapas, sem viver tudo que é preciso ser vivido?
Tem uma história linda sobre uma criança que descobriu que lagartas viravam borboletas. E ela queria muito ver essa transformação. Um dia, ao ver um casulo, pega-o e, impaciente demais para esperar, coloca o casulo em suas mãos e começa a assoprar seu hálito quente sobre o casulo, para que a borboleta pudesse nascer logo. Foi então que a borboleta nasceu, mas suas asas ainda não tinham se formado o suficiente antes do casulo se romper. Não conseguindo abri-las, ela morreu. Foi então que a menina aprendeu a lição de não apressarmos as coisas, de compreender que há um tempo externo e outro interno, que geralmente não coincidem, e que é preciso paciência.
Ninguém morre sabendo. Todos morrem sem saber, sem entender. Mas acho que sábio é aquele que sabe que não entende, e que ficar fazendo força em compreender sem viver é desperdício de tempo.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Das coisas simples...

"Oh simple thing where have you gone?
I'm getting old and I need something to rely on
So tell me when you're gonna let me in
I'm getting tired and I need somewhere to begin"
*
*
*
Meu refrão pré-natalino

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

9 coisas em 2009

Recebi isso do Mario Kerber, mais uma das suas invenções. Um marcador com 9 pedidos ou desejos para 2009. Dificil concentrar em apenas 9, mas já achei elas um ótimo começo: (só não entendi porque todas com "c", se isso tem algum significado especial...)

1) Café na Cama;

2) Cafuné;

3) Carinho;

4) Champagne;

5) Chocolate;

6) Chuva no telhado;

7) Cofre cheio;

8) Conquistas;

9) Coragem;

Até poderiam haver mais, mas com essas 9 e uma companhia para valer ao lado, quem precisa de alguma coisa mais?

Caio, hoje tu fala por mim...

"Mas de tudo isso, me ficaram coisas tão boas... Uma lembrança boa de você, uma vontade de cuidar melhor de mim, de ser melhor para mim e para os outros.De não morrer, de não sufocar, de continuar sentindo encantamento por alguma outra pessoa que o futuro trará, porque sempre traz, e então não repetir nenhum comportamento. Ser novo"

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

A indiferença que enlouquece

Já percebi que estou deixando minha imaginação vir muito mais a tona porque sei que agora eu tenho um espaço para largar tudo isso... E só por esse fato já está valendo a pena me arriscar nesse mundo virtual.

Hoje, indo ao trabalho, vi um homem na calçada, falando consigo mesmo em voz alta, gesticulando, etc. Aqueles vulgos "louquinhos" de rua. De pés descalços e roupas sujas...

Fiquei parada na sinaleira assistindo àquela cena e pensando: o que leva uma criatura a chegar nesse ponto de loucura ou ausência de realidade? Que tipos de privação e isolamento essa pessoa foi vivendo ao longo da vida que o fez ter que criar esse mundo paralelo em que ele vive? E ao pensar nisso sempre lembro que esse "potencial psicótico" está dentro de cada um de nós, mas sempre que imaginamos algo absurdo ou fantasioso temos nosso famoso super ego ou o princípio da realidade, que nos faz lembrar de que aquilo é absurdo, que obviamente não podemos fazer ou dizer nada e então ninguém nunca ficará sabendo das maluquices que a gente pensa diariamente e esconde.

Mas essas pessoas não precisam mais esconder. Não conseguem. Não podem. Enlouquecem para sobreviver porque já atingiram um nivel de abandono em que já nem deve fazer mais diferença perceberem ou não a própria loucura.

É triste e assustador pensar nisso: Que a indiferença enlouquece. E que eu, você, qualquer um, também pode enloquecer. É só não ser notado, não existir aos olhos de alguém.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Um bom churrasco e Tzedaká de sobremesa!

Ontem eu tive um daqueles momentos da vida, aquele fugazes, que a gente nem nomeia, só mesmo depois e olhe lá, de uma felicidade assim sem razão específica. Senti uma alegria por estar viva e bem, e sendo capaz de pensar, refletir e realmente (con)versar.

Toda essa sensação, rápida, fugaz, mas tão complexa de se atingir foi num simples jantar, numa simples e deliciosa churracaria, acompanhada do meu pai, minha mãe, a prima da mãe e uma amiga de looonga data da família, que eu poderia chamar de segunda ou terceira mãe.

Além das eventuais e comuns brincadeiras e conversas fortuitas, o papo foi aprofundando, aprofundando, até cairmos no interessante e arriscado terreno de falar sobre religião. Sempre temo em abordar esse assunto, principalmente devido ao fato de eu sempre ter sido um pouco radical em minhas opiniões sobre esse tema. Mas enfim. A prima da minha mãe anda estudando muito o judaísmo, religião da qual sinto orgulho em pertencer, mesmo sem entender completamente que pertencimento é esse, ou o que me faz ser judia.

Bom, mas essa é uma reflexão que caberia em mais ou menos uns 1000 posts.

A parte que me prendeu e que eu trago aqui para dividir foi quando ela começou a falar sobre um conceito judaico chamado Tzedaká. Tzedaká é uma expressão que se origina da palavra Tzedek em hebraico, que significa justiça. A religião judaica prega que o tzedaká é uma obrigação de qualquer pessoa. Que fazer justiça, fazer o bem, dar alguma coisa de si a alguém que necessita é um dever de todos. Além disso, essa "doação" tem que ser algo feito não por piedade ou por compaixão, mas por dever (tudo bem, essa questão de ser uma obrigação me incomoda um pouco, mas o mais interessante vem agora...)

Ela seguiu dizendo, e isso não vou esquecer, que a generosidade não está no ato de dar ou doar, que a bondade não é do doador porque esse supostamente é seu dever e não um favor. Generosidade é de quem RECEBE a doação ou a entrega porque está dando ao outro a possibilidade de exercer seu dever. Percebem a quebra da lógica? Achei isso fantástico. Justamente porque dá ao recipiente um poder que geralmente não lhe atribuímos. Sempre parece que quem recebe algo é o mais desprivilegiado, mas nem sempre temos que enxergar dessa forma. Privilégio quem recebe é aquele a quem é dado a possibilidade de se dar. Lindo isso... Principalmente na área onde eu trabalho, onde vejo pessoas que não tem essa generosidade: a de se deixarem ser ajudadas. É uma falta de possiblidade (seja por falta de vontade ou de condições emocionais) de propiciar ao outro o privilégio que é poder ajudar, no sentido mais puro da palavra. Quisera todos pudessem sentir o privilégio de serem permitidos e consentidos a verdadeiramente ajudar alguém.

Quebrou minha lógica, me fez pensar. Cresci. Mas então generosa não foi a prima da minha mãe que me deu esse presente e me fez sair mais rica da churrascaria. Generosa fui eu que proporcionei a ela a oportunidade de me entregar algo que ela tinha e que quis compartilhar comigo. A maior riqueza que alguém pode dividir com outros e que quanto mais divide, mais multiplica: a sabedoria.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Pés descalços

Hoje de manhã eu tomava meu café assistindo ao Bom Dia Brasil e o dia começou até bem, mesmo sendo segunda-feira, ao assistir à cena de George Bush recebendo uma quase (por que para isso ele foi rápido mesmo?) sapatada de um jornalista.
Gostei da cena mas gostei também do comentário do Alexandre Garcia sobre o fato. Claro que ele fez questão de falar sobre a ética do jornalismo, a idoneidade requerida pelos veículos de informação (ah tá...) e que por isso não cabia um jornalista tomar uma atitude como aquela. ok, certo.
Mas o interessante foi ele fazer um comentário que me fez pensar: mais importante do que tirar os sapatos pensando em quem atirá-los é pensar sobre a atitude e o efeito de se estar sem sapatos.
Ele quis dizer que estar de pés descalços deveria provocar a sensação de estar mais próximo à terra, ligado ao que realmente importa, sem a proteção dos sapatos que já se moldam aos nossos pés e sentirmos o solo em que estamos pisando - tudo simbolicamente, claro.
Gostei dessa inversão de raciocínio e já tomei para mim. Não quero pensar em algum possível alvo para alguma possível sapatada futura que eu venha a desejar dar. Quero pensar em quantas vezes eu deveria, ao invés de pensar no alvo, pensar no efeito de pôr, literalmente e simbolicamente, meus pés no chão, de me ligar às raízes, à terra, ao que realmente importa a mim. De me concentrar em mim e em meu corpo, em meus desejos, e não estar tão preocupada com o olhar ou a aprovação do outro e suas reações. Aquele egoísmo saudável do qual a gente tantas vezes esquece...
Então é isso. Mais pés descalços para mim... De preferência, daqui a poucas semanas, pisando nas areias paradisíacas pelas quais tanto espero.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Sobre a paixão

"Não há concurso público mais difícil do que ser aprovado por uma paixão. A paixão é um concurso público sem apostilas. Sem gabarito. Sem edições passadas. Prova dissertativa, em que toda palavra é manchada devagar."

Fabrício Carpinejar

Adorei...

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Rendo-me

Rendo-me, enfim, ao poder e ao fascínio que os blogs sempre exerceram sobre a minha pessoa. Sempre questionei, interpretei e invejei quem usa esse espaço e consegue fazer dele, sem apelação ou excesso de auto-exposição, um espaço de troca, expressão de sentimentos, amizade e porque não também, pura diversão.
Rendo-me.
Espero que algo de bom surja disso, nem que seja um diário virtual para meus devaneios.
Porque eu creio para ver. Ainda não vi muito, mas ainda assim, continuo acreditando...