sábado, 23 de julho de 2011

Era uma vez Para Sempre


Era uma vez Para Sempre.
Sua vida ia muito bem, casado com a Ilusão.
Um dia, ela fugiu com o Nunca Mais.
Foi então que ele conheceu Por Acaso.
Apaixonaram-se, e ela deu à luz ao Por Enquanto
E hoje vivem felizes, ao menos Para Sempre.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Por que só agora Cortázar?



Porque só agora eu entendo a beleza e o valor de cada palavra.

Porque só agora eu entendo quem ou o que pode ser a Maga.

Porque só agora ele mergulha em mim como

se suas palavras pudessem ser um pouco minhas

(Ah, como eu queria,... Como eu as quero).

Porque eu estou pronta para Cortázar.

Por que só agora Cortázar?

Porque só agora Luciane.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Esse corpo que deita ao meu lado

Esse corpo que deita ao meu lado dorme e não sabe que eu o olho e que enquanto eu o olho eu sinto dor. Sinto dor porque eu não o entendo completamente. eu ainda não decifro cada silêncio, eu ainda não compreendo cada respirar, cada olhar. Eu não sei quando a dor que me dói é a dor que lhe dói e que eu possa, então, ajudar a aplacar. Eu ainda não sei que meu silêncio corpo presente pode ser um carinho imenso e que as coisas que eu não falo podem ser as que mais irão fazer sentido para sua dor. Eu ainda não sei bem dos nossos novos silêncios.



Esse corpo que deita ao meu lado sabe que eu sei que ele anda no comando de uma alma que o ocupa e que eu gostaria tanto de enxerga-la toda e mostra-la para que ele entendesse que essa dor não é dele. Mas então minha alma enxerga o corpo dele e faz com que eu enxergue o meu próprio corpo quebrado e então minha alma, o corpo dele, a alma dele e meu corpo se mostram a mim como se estivessem num debate furiosamente calado. São quatro moradores de uma casa que sente nossos vazios, que também não oferece palavras de conforto algum para nossas dores. São batalhas pessoais, e eu olho para esse corpo que deita ao meu lado e me comovo com nossas lutas individuais em nossa deliciosa e dolorosa companhia.



Eu olho para esse corpo que deita ao meu lado e ele é o meu.