quinta-feira, 28 de junho de 2012

as saudades da minha mãe

São particulas de oxigênio que eu respiro diariamente. são segundos de uma ausência física e principalmente de uma materialidade mental.

Perder a possibilidade da imaginação do reencontro é a pior das saudades.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Levantamentos de necessidades

- Tomar uma taça de vinho à tarde (qualquer tarde)
- Terminar de escrever meu livro que ainda não existe
- Arrumar a minha casa de modo que ela me arrume um pouco também
- Ler um capítulo de um livro diferente por dia
- Estudar Espanhol e Francês ( o primeiro, por necessidade, o segundo, por capricho)
- Fazer as unhas religiosamente uma vez por semana
- Escrever sobre a ausência do meu passado

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quarta-feira, 13 de junho de 2012

Dos dias pétreos


Tem dias em que eu não me respeito: eu praticamente me obedeço
Tem dias em que eu não me reconheço: eu praticamente me desconstruo.
Tem dias em que eu não me surpreendo: eu praticamente crio meu próprio pavor.

São dias em que as construções denunciam meus relevos e falésias. Dias onde a minha arquitetura desaba em rabiscos fracos, quase nulos. Eu sou uma absorção que o vento fez das idéias do mundo, sou uma camada fina de ódios.

E estes não são, por isso, dias menos iluminados ou claros. São simplesmente dias de estar em mim em um descontínuo compasso.

Pois o dia dos finais que não chegam nunca, mas dormem sempre ao meu lado, respiram em minha nuca todas as desverdades que eu jamais ousei pensar.

Pensamento é boca calada e ouvidos rasgados.

Sou cheia de pensamentos vagos espalhado sobre todos os líquidos que o mundo ousa petrificar.