sábado, 8 de dezembro de 2012

5 MINUTOS PARA AS 7


Eu desperto antes mesmo do alarme tocar
Sozinha, prestes a ser arremessada à realidade
pelo meu sono leve que não me leva

Uma dor aperta meu peito e impede que eu me mova:
Inacreditável ter que recomeçar 
Impensável suportar esse viver fugaz

Me dói pensar em quem não pensa
Me cansa sentir por quem não sente

Tudo parece estúpido e pastoso
E acordar torna-se uma tarefa vã.
Uma repetição de respirações e aspirações,
fôlegos e suspiros que mensuram uma vida.

Mexo-me, com dificuldade e preguiça,
Tocando em seu corpo quente e liso.
Ele nem parece saber de toda essa minha violenta angustia
Dorme calmo, protegido de mim e de toda essa finitude

O despertador finalmente toca
Eu levanto e me adormeço.