segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Pés descalços

Hoje de manhã eu tomava meu café assistindo ao Bom Dia Brasil e o dia começou até bem, mesmo sendo segunda-feira, ao assistir à cena de George Bush recebendo uma quase (por que para isso ele foi rápido mesmo?) sapatada de um jornalista.
Gostei da cena mas gostei também do comentário do Alexandre Garcia sobre o fato. Claro que ele fez questão de falar sobre a ética do jornalismo, a idoneidade requerida pelos veículos de informação (ah tá...) e que por isso não cabia um jornalista tomar uma atitude como aquela. ok, certo.
Mas o interessante foi ele fazer um comentário que me fez pensar: mais importante do que tirar os sapatos pensando em quem atirá-los é pensar sobre a atitude e o efeito de se estar sem sapatos.
Ele quis dizer que estar de pés descalços deveria provocar a sensação de estar mais próximo à terra, ligado ao que realmente importa, sem a proteção dos sapatos que já se moldam aos nossos pés e sentirmos o solo em que estamos pisando - tudo simbolicamente, claro.
Gostei dessa inversão de raciocínio e já tomei para mim. Não quero pensar em algum possível alvo para alguma possível sapatada futura que eu venha a desejar dar. Quero pensar em quantas vezes eu deveria, ao invés de pensar no alvo, pensar no efeito de pôr, literalmente e simbolicamente, meus pés no chão, de me ligar às raízes, à terra, ao que realmente importa a mim. De me concentrar em mim e em meu corpo, em meus desejos, e não estar tão preocupada com o olhar ou a aprovação do outro e suas reações. Aquele egoísmo saudável do qual a gente tantas vezes esquece...
Então é isso. Mais pés descalços para mim... De preferência, daqui a poucas semanas, pisando nas areias paradisíacas pelas quais tanto espero.

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