sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

E se nada mais restasse?


E se nada mais restasse,
seguiríamos acreditando na vida?

Afinal, o que nos resta é somente essa esperança,
Essa teimosa crença de que o futuro só não chegou
porque ainda está atrasado.
Essa certeza de que os presentes estão à nossa espera,
em algum lugar nem tão longe que desanime a busca,
nem tão perto que torne a conquista banal.

Sejamos otimistas incorrigíveis,
magnatas da esperança.
Porque não há nada mais triste
do que vida sem sonho,
do que dias sem sorrisos,
sem choros de alegria
sem a respiração ofegante
pela expectativa do que há por vir.

Tapas e quedas são alicerces da construção de nós mesmos.
A dor de viver é uma chaga que arde fundo.
Não para todos, infelizmente. Porque arder dói, mas cicatriza.

E dói muito mais a vida insípida
do que a marca de uma lição aprendida.

Ainda hei de saber o que me espera
Vou caindo e tropeçando,
Correndo e aprendendo.
Sorrindo e ardendo.

Estou em plena estrada
Com o presente em minhas mãos
e meus ideais na bagagem.

E se nada mais restasse,
eu seguiria acreditando na vida,
porque dentro de mim,
resta um mundo inteiro.

3 comentários:

Henrique Crespo disse...

Quase uma manifesto, uma ode... um desafio (?)

Isso me lembrou aquela estória de que ostra feliz não faz pérola.

A pérola surge da areia que entra na ostra e a machuca. Para se livrar da dor a ostra faz uma pérola.

Beth disse...

Liiindo! Me identifiquei muitíssimo!
Ah! Não estavam vermelhas e quentes tuas orelhas ontem? Eu e a Laurinha falávamos bem de ti!
Saudades!
Bjos!

Luciane Slomka disse...

Rick, sempre desafio! Tem um livro do rubem Alves justamente com esse título, "Ostra Feliz não faz pérola". Muito bom! Obrigada pela tua visita aqui! :)

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Beth, queridona! Acho que temos mesmo muito em comum em nossos devaneios e questionamentos né?
Falando em mim, é? Temos que fazer esse debate e outros temas as 3 juntas!!! Adoro vocês!