sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Resiliência: A saga - Parte II


Hoje não tem poesia, não tem Quintana, não tem Alice. Hoje é tempestade emocional na minha embarcação.

Às voltas com a finalização da minha dissertação, fui hoje, às 07:45 (!) falar com meu orientador, imaginando que tudo seria aprovado, que ele me indicaria apenas algumas outras colocações para as conclusões e à tarde eu partiria para o meu paraíso sem nenhuma preocupação na cabeça além de sol, mar e boa companhia.

Acontece que, por falha minha em não ter sido uma orientanda mais presente, ele resolveu achar várias coisas a acrescentar, principalmente análises estatísticas.

Hoje é dia 16.

Eu deveria entregar dia 30.

Eu preciso marcar hora com o estatístico da universidade, que está sempre lotado.

Eu odeio estatística.

Eu estou atolada de tarefas no trabalho.

Eu PRECISO ir para a praia.

Não há ninguém que possa me ajudar além de mim mesma nessa hora. Acho que isso apavora. A responsabilidade é minha. Na verdade meu segundo semestre de 2008 foi horrível e sei que me atrapalhou completamente na história do mestrado. Meu carro roubado com todos (eu disse TODOS) os materiais e questionários da minha pesquisa dentro, me obrigando a refazer TUDO de novo, minha mãe com problemas de saúde que me fizeram concentrar toda a energia do mundo nela (e isso eu jamais vou me arrepender). Mas na verdade, como diz o Quintana (olha como ele sempre volta!), o difícil dos problemas da gente é que ninguém tem nada a ver com isso, então não adianta eu ir na CAPES me lamentar que meu carro foi roubado, porque isso é problema meu!

Mas em resumo nada enxuto: agora vou tentar uma prorrogação do prazo para entrega da dissertação. Não sei ainda como. Não sei se por isso agora terei que pagar, já que por enquanto sou bolsista. Enfim, tem dias como hoje que não há poesia que embeleze ou amenize.

Mas então eu paro e penso que na verdade, sem querer tirar a importância disso na minha vida, é só uma dissertação. Não é a minha vida toda. É apenas um problema, um desafio. Preciso manter o foco no que realmente me interessa, no que me é mais caro. Não estou dizendo que deve-se "chutar o balde" e desisitir de tudo quando algo complica, porque isso seria estupidez.

Vou respirar fundo, fazer o que eu puder de melhor. Talvez o resto se arranje. Mas eta manhã bem dificil essa. Difícil é lidar com essa sensação de que está tudo desmoronando, que eu falhei e que deu tudo errado...

Será essa uma vivência pessoal para que eu compreenda, realmente e corporalmente, o significado da palavra resiliência?

7 comentários:

marcelo disse...

Resiliência não é uma palavra! São sapos que temos que engolir e que não caem do céu. Vai ter que torná-la um estado, espírito e coisa. BOA PRAIA!!!! Queria estar com vocês!!! Mas tenho minhas issues para resolver aqui também. Bjão!

Anônimo disse...

Se você procura o Tao, o Tao desaparece, se você esquece o Tao, eis ai o Tao em toda a sua essência ..................achará o caminho, com certeza

Marilu disse...

Desejo que apesar do tempo feio lá fora, o teu dia esteja melhor do que sexta ;)

Vc disse tudo! "Vou respirar fundo, fazer o que eu puder de melhor. "

O resto VAI se arranjar ;)
Mantenha teu otimismo, tudo tem seu tempo :)
Bjo

Luciane Slomka disse...

Mano, amado. Tua ausência foi sentida! Quantos aos sapos, sim, são grandes. Além do fato de nós quase termos virado aapos com a chuva que caiu sábado por lá. Mas no domingo veio um dia lindo de presente, daqueles que fazem qualquer sapo do mundo desaparecer! Te adoro!
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O caminho se acha caminhando mesmo, Ponto Singular, então o negócio é seguir andando. Valeu!
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Marilu, prema! Essa saída foi a melhor coisa que poderia ter acontecido nos últimos dias. O otimismo se fortaleceu e com boas companhias e um belo dia de sol a vida fica bem mais fácil, não? Valeu pela tua força e presença POR ENQUANTO virtual! Bjo!

Beth disse...

Eu sou uma atéia de muita fé.
Aprendi que nada acontece por acaso. Sim, é um clichê - verdadeiro, como tantos outros.
Torço para que dê tudo certo contigo, querida. Já estás fazendo o teu 50%. E pensa que fazemos o nosso melhor, dentro das nossas possibilidades - naquele determinado momento. São muitas variáveis e o processo todo é uma rede, não uma via (lembrei de uma canção do Jorge Drexler).
Muitos beijos da admiradora!

Beth disse...

Ah! E a auto-tolerãncia (sem excessiva condescendência) constitui um dos fatores de nossa resiliência e consequente felicidade!

Luciane Slomka disse...

Putz, amiga. Auto-tolerância foi muito bom. Vou procurar a minha mais vezes! :) Valeu pela tua presença por aqui, sempre entusiasmada!