segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Resiliência: a saga (parte I)


Quem me conhece sabe que a palavra resiliência tem feito parte do meu vocabulário diário há alguns meses.

Agora, na fase final (e desesperada) de elaboração da minha dissertação de mestrado, tenho lido ainda mais para poder escrever a discussão da pesquisa, ou seja, aliar os dados que levantei com a bibliografia e colocar minha opinião crítica a respeito. Não vou ficar aqui explicando toda a minha dissertação porque ninguém chegaria ao final do post, mas falo do que interessa a todos nós e que é a definição da palavra resiliência: a capacidade que o ser humano tem de enfrentar traumas, quedas, obstáculos, e ainda sim retornar à vida e retomar sua estrutura.

Quando dou aulas sobre o tema, sempre explico em uma linguagem direta e acessível, que para pensarmos em nossa capacidade de resiliência poderíamos pensar no João Bobo, que sempre leva socos mas sempre se ergue novamente. Talvez eu esteja postando sobre isso como uma necessidade de me aliviar um pouco desse tema, mas também para dividir uma leitura que fiz que me serviu muito e acho que vale compartilhar:

" A atitude resiliente consiste em perguntar-se: O que vou fazer com a minha ferida? Vou refugiar-me de vez em quando em minhas fantasias e extrair delas átomos de beleza que me permitam convertar o real em algo suportável, que me permita inclusive, vez ou outra, embevecer-lo?"

Ele fala em defesa de uma fantasia que embeleza a vida, não fantasia como fuga. Fantasia que vem na criatividade. Ele diz:

"Quando o real nos desespera, a fantasia constitui um fator de proteção".

Porque, ele nos diz mais, o trauma não é a dor do golpe que recebemos mas sim a forma como interpretamos esse golpe e o significado que damos a ele. E isso vai depender de nossa história, de nossos recursos internos. Todos somos resilientes, Uns mais, outros menos. Mas todos temos o potencial para levantar depois do soco, de voltar a sorrir depois de uma dor.

Ainda bem que temos a nossa fantasia, nosso refúgio secreto que só nós conhecemos. Ali, nesse lugar sagrado onde somos tudo o que desejarmos.

A resiliência continua...

4 comentários:

Marilu disse...

Grande Mestra :)
mais uma vez muito pertinente suas palavras ;)
Sábias palavras - Obrigada ;)

Luciane Slomka disse...

Assim eu fico tímida e na pressão! rsrsrs ;)
Valeu guria, obrigada mesmo pelo incentivo!

Hericka Zogbi J Dias, Dra. Me. disse...

Oi guria!
lembro de ti sim!! ah, esse é um mundo bem bacana, o meu surgiu por conta da psicose que foi fazer um doutorado!!
bem legal o teu, vamos continuar em trocas, beijão!!

Beth disse...

Simplesmente maravilhoso teu texto!
Muitos beijos e parabéns por ser uma pessoa com tanta coisa a acrescentar aos que te cercam! Estás na profissão certa!