terça-feira, 13 de janeiro de 2009

A análise e o entusiasmo da invenção

"Num momento, há queixa e há esperança. Mas, após o início de uma análise, a pessoa perde a possibilidade de se queixar. Perde, então, todas as esperanças. Caso pareça pessimista, não o é. A análise não gera conformismo nem apatia. Basta perceber que o esperançoso, como o queixoso, está insatisfeito com o presente. A esperança também pode ser, paradoxalmente, o afeto dos deprimidos. Sem ela, tem vez a ação. Essa é a boa perspectiva.

Quem passa por uma análise não pode buscar alívio em mais uma interpretação. Não espera um sentido diferente. Já não será alguém que espera remover obstáculos para ser feliz.

A clínica do real tem como expressão prática a perda da esperança de um sentido último e, em consequência, o entusiasmo da invenção"

Jorge Forbes, no livro "Você quer o que você deseja?"


Adorei!

8 comentários:

Anônimo disse...

Acredito que fazemos parte de um Todo, e acredito que em toda relação ha uma troca de experiência, ......talvez o que o analisado na verdade espera é ter uma opinião de uma parte sua que ela ainda não conheça, sua parte "analista", ............e o Analista nesta troca, talvez procure conhecer um problema inconsciente que esta em si mesmo .........parabéns pelo blog.

Luciane Slomka disse...

Acho que sim, mas acho que o que fica mais marcante é justamente essa necessidade que temos de receber respostas e quanto mais analisados ficamos, mais temos consciência de que somos responsáveis por essa busca de respostas e que depois que o processo começa, a "entrada na toca do ecoelho" como eu já disse em outro post, não tem mais volta. Paramos de nos lamentar e culpar ao destino ou a nossa história por nossas dificuldades ou lamentações e começamos a assumir as rédeas do nosso destino. Dói, cansa muitas vezes, mas tem que valer a pena, não é?
Obrigada pela visita! :)

Kelen disse...

Acho que vou dispensar o ombro amigo do Daniel e vou pegar o teu emprestado. Garanto que vou me sentir melhor depois de uma sessaõ, digo, conversa contigo!
:)
(tenho lido há dias, e adorado!)

Luciane Slomka disse...

Oi Kelen! Que bom, também adoro te ler, apesar de agora não sossegar enquanto eu não for conhecer o Uruguai!
Aliás, vi que tu também virou fã das indicações musicais do meu irmão!
E bora conversar bastante então, mas num bar ou qualquer outro lugar e tomando coisa boa, que é bem mais divertido do que uma sessão ;)
Aparece mais por aqui!

Daniel disse...

essa tal de felicidade é uma coisa complicada pro ser humano, nossa eterna insatisfação disputa o comando com ela. mas, o que seria do Grêmio sem o Inter? a vida seria chata demais sem essas partidas.

Luciane Slomka disse...

Essa tal felicidade só existe quando a gente está em busca dela. Mas é isso aí, Grêmio sem Inter não teria graça, a luz sem a escuridão não seria tão valorizada, a saúde sem a doença também não.
Talvez o segredo não seja tentar SER feliz, mas ESTAR feliz, o máximo que a gente conseguir. E, no fim das contas, alegria sem tristeza também não teria graça alguma...:)

marcelo disse...

Quero meu livro de volta!! hehehe! Lembrei de Vanilla Sky! O doce nunca é tão doce se não houvesse o amargo! Miséria daqueles que nunca experimentaram o amargo. É preciso respirar (n)a e amargura. Beijo!!!

Luciane Slomka disse...

Tá bom, eu devolvo. Juro. Já degustei bastante dele.
E bem que tu podia postar o link para download do filme Vanilla Sky hein?