segunda-feira, 28 de setembro de 2009

O dia do perdão

Hoje é dia de Yom Kippur. O dia do perdão. Um dos feriados judaicos mais sagrados, porque significa um dia em que o povo reflete sobre os erros cometidos no último ano. Tradicionalmente é um dia de ponderação, de reflexão, de isolamento. O jejum faz parte desse dia como símbolo da privação dos prazeres em prol de novas atitudes a serem tomadas no próximo ano.

Eu não sou judia fervorosa. Não pratico os rituais e costumes além do mínimo necessário. Sempre achei o dia do perdão algo que vem perdendo seu sentido, pois para mim não é deixando de comer que eu vou "pagar" pelos pecados que cometi. Mas fiquei me perguntando sobre a validade de existir um dia em que as pessoas param com todas as atividades que lhes distraem de si próprias e vão para a sinagoga rezar, refletir, replanejar a vida.

Meu Yom Kippur tem sido longo. Não faço jejum gastronômico mas faço um jejum das bobagens, faço jejum das ilusões, das falsas promessas que sempre me fiz, de relações vazias, de mentiras, de tantos prêmios falsos que já me dei.

Mas a vida não para e não posso jejuar enclausurada no meu quarto. Para isso não há feriado. O jejum tem de ser feito na própria vida. E não há tal coisa como o dia do perdão. Há, sim, o dia em que nos absolvemos de nós próprios, o dia em que paramos de nos auto-flagelar e descobrimos que nossos maiores pecados são contra nós mesmos.

Meu novo ano está prestes a começar.

7 comentários:

Renata de Aragão Lopes disse...

Então, querida...
FELIZ ANO NOVO! : )

O perdão equivale, de fato,
a um renascimento.
Custoso,
dolorido
- mas necessário
e possível.

Um beijo,
doce de lira

Wania disse...

Perdoar os próprios pecados... talvez os mais difíceis de serem perdoados... é condição imprescindível para novos começos!!!!

Feliz Ano Novo, Lu!!!
Shalom!!!!

Bjs

Nádia Lopes disse...

Perdoando-nos...Feliz no ano novo!
beijo

Anônimo disse...

Divindade, logramos sustentaçao para os inadiáveis enfrentamentos exigidos pela realidade terrena.

Luciane Slomka disse...

Obrigada Re, querida! Esse blog e as pessoas queridas que ganhei através dele fazem parte desse novo ano que quero inaugurar! Bjo!
***
Shalom, Wania querida! Saudades de ti! Beijo!
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Temos que ser os primeiros a nos perdoar, Nadia! Beijos e um novo ano lindo para ti, todos os dias!
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A divindade está em nós mesmos, anônimo.

adri antunes disse...

menina! tu é judia é? sabes que fiz minha dissertação de mestrado sobre comida e judaismo? ehe, mundo pequeno! eu não sou judia, mas a comida presente na literatura judaica sempre chamou demais a minha atenção, bem, tanto que virou trabalho de mestrado!
tb comi minha maçã com mel, pra garantir um ano novo doce! bjuu

Luciane Slomka disse...

Que legal, Adri! Tua dissertação deve ser muito interessante! Sou uma judia bem pouco praticante mas não custa nada seguir a tradição em alguns momentos para tentar ser mais feliz, né? Beijo!