quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Campo de batalha

Primeiro arranquei meu estômago
para que eu engolisse todo possível
E chegasse até meu âmago.

Em seguida foi a vez do rim
Então não havia filtro para impurezas
E eu pude enxergar tudo, enfim.

Logo retirei meus pulmões e pâncreas
E meu fôlego e minha saúde acabaram,
juntamente com minhas ânsias

E agora já estou sem ação
Vazia e pura como eu queria,
Somente cérebro e coração

A carcaça que restou
Deixei como campo de batalha
Para essa luta, que ainda não findou

Não sei por qual dos dois mais me guio
Só sei que aos poucos me retransplanto
E quem sabe assim, devagar, me recrio.

3 comentários:

Lara Amaral disse...

Descreveste perfeitamente a batalha eterna do ser humano. Não há trincheiras, só cérebro ou coração.

Adorei, Luciane!

Beijos!


Obrigada pela visita e comentário tão queridos.

Luciane Slomka disse...

Obrigada Lara. Fiquei com um pouco de medo de postar, por ser meio forte, sei lá. Mas que bom que tu gostou! Beijão!
***
Gostei do adjetivo, apesar de não me considerar nem um pouco radical, Marcos! Mas valeu! :)

J.F. de Souza disse...

essa luta
ninguém ganha

e só o corpo
sofre