quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

A caçada

Eu me pego pensando no quanto custa pensar. No quanto custa querer estar sempre alerta para os próprios sinais. No quanto custa estar em contato com os mais genuínos desejos que sinto e, ao mesmo tempo, querer o mais genuinamente possível estar perto do outro e perto de seus desejos também.

Eu me pego pensando no quanto as pessoas tem histórias dramáticas, engraçadas, cômicas, podres e sujas, lindas e comoventes, escondidas e escancaradas. Pessoas reservadas demais, pessoas expostas demais, pessoas assustadas demais, pessoas inconsequentes demais. Saudáveis demais. Doentes demais. E no meio de tantas vidas, de tantas histórias, de tantas perdas, conquistas, receios, complexos e dramas, fico pensando sempre o que de mim enxergo em tudo isso. Que parte minha vê essas coisas todas e o que meus olhos fazem com isso.

Eu me pego pensando em quem sou eu em meio a tanta humanidade que me rodeia. Tento desvendar quem eu sou e quais são meus medos e minhas dores internas em meio a tanta dor real que me circunda. Tento desvendar quais são os meus motivos para sorrir em meio a tantos outros sorrisos que me gritam. Falsos ou verdadeiros. Tento ver qual é o meu olhar, pelo que meu olho vibra, pelo que meu olho encharca.

Eu me pego pensando, afinal, se sou quem eu sempre pensei que fosse, quem eu sempre quis ser. Se eu posso me tornar quem eu sempre quis. E se eu ainda quero essa tal mesma coisa que sempre quis.

Sigo assim. Me pegando pensando e em seguida, me deixando escapar. Só pelo prazer da caçada.

5 comentários:

Dona ervilha disse...

Muito bom este poste Lu.
Mas cá entre nós, tem dia que a 'caçada' dá uma canseira na gente, né?
Que bom que voltou a postar, tinha ficado com medo daquele teu talvez.
Beijo.

Renata de Aragão Lopes disse...

A caçada
ou a alienação
- não nos restam
outras alternativas...

Está no caminho certo, Lu! : )

Beijo pra você!

Adriana ♣* disse...

ACREDITO COM VC!
Adorei o blog...
Beijo
Adriana

Talita Prates disse...

sem essa dúvida do "se",
as verdades seriam do nosso tamanho:
muito pequenas.

Não é caça, Lu.
É reinvenção.

bj!

Nádia Lopes disse...

oi, Lu
que lindo esse post e que bom voltar a te ler...

beijoooo