Ainda me sinto uma menina e ao mesmo tempo uma senhora. Me sinto renascendo e também aprendendo a morrer. Eu já tenho mais calma, mas também mais pressa. Pressa de poder viver o que estou escolhendo, calma de esperar o que ainda não quero mas que já descobri.
Amar parece óbvio mas foi descoberta recente. Amor entrega, amor risco, amor amor. Me absolvi dos erros que eu já cometi ao poder viver de maneira nova, com a verdade bem ao meu lado, ou melhor, dentro de mim. Posso dizer que venho me perdoando.
Eu sigo querendo aprender a lidar com as palavras e respeitá-las, respirá-las, honrá-las. Eu sigo querendo ser melhor, exigir mais do que quero ser e menos do que fui. Venho me permitindo esperar mais de mim, mesmo que eu chegue a me desapontar.
É uma lição de humildade e de auto-reconhecimento ao mesmo tempo, isso de se tornar melhor e mais do que já se é.
Aprendo cada dia mais que as pessoas são imprescindíveis e que eu posso sim ser indispensável. E ainda assim ser descartável. Sem dramas, nem deméritos. Simplesmente porque a vida é assim. Ela e seus paradoxos. Ah, os paradoxos! As ambiguidades, as ambivalencias! Outra descoberta recente, a de que elas sempre existiram e eu era quem nunca tive coragem de olhar para elas.
coragens. medos. ganas. raça. confiança. entrega. incerteza. vinculo. esperança. vulnerabilidade. vontade. futuro. laços. asas. flores. chuva. corrida. sorrisos. amor.
Que meu caminho para os 33 seja cheio dessas palavras; que minha vida seja plena de novas descobertas e que eu não canse nunca de me perguntar, de pensar, de confiar, de temer, de me atirar e de crer. Sempre crer.