
Um filme sem grandes pretensões veio a se tornar, na minha modesta opinião, um grande filme que fala basicamente sobre amor-próprio.
O personagem do Selton Mello, depois de uma desilusão amorosa, "conhece" a mulher dos seus sonhos, interpretada pela Luana Piovani. Aí a história se desenrola e eu não quero contá-la aqui para não estragar a curtição de quem quer e deve ir assisti-la nos cinemas. Especialmente pela atuação engraçadíssima do protagonista.
O ponto importante que me fez sair reflexiva do cinema foi reforçar a idéia que no fundo todos temos o nosso parceiro ideal, dos nossos sonhos, construído em nossa própria mente: em nosso inconsciente, em nossos desejos não satisfeitos, em nossas idealizações, projeções, no que gostaríamos de nos tornar, etc. Já é bem conhecido(mas nem sempre sabido) de que a pessoa perfeita não existe. Que ninguem pode preencher perfeitamente os vazios que cada um de nós carrega consigo. Por isso, ao ver o filme e entender o processo pelo qual passa o personagem e descobrir que aquela mulher é sua idealização e que ao amar a ela estava na verdade amando o que tinha de lindo dentro de si próprio foi muito importante.
Saí do cinema pensando quem seria meu namorado invisível, que homem eu construo e carrego dentro de mim que contém toda a minha beleza interior, minha idealizações e meus sonhos. Sei que ele tem se aproximado e eu tenho tentado viver e conviver com ele, descobri-lo, amá-lo, tratá-lo bem. Porque só então ele deixará de habitar somente minha imaginação.