sexta-feira, 13 de agosto de 2010

vendaval

eu quero que essa ventania não vá embora sem levar com ela as coisas que não quero mais, os modos que não me pertencem mais, as lembranças que em mim não couberem mais.

eu quero que essa ventania não vá embora antes de deixar comigo as marcas do que ela pode trazer, as notícias do que vem pela frente, a cadência do que estou em vias de conquistar, mesmo que as novidades sejam reinvenções do que já vivi.

amo o vento. amo o seu atrito suave, que não é sólido, não é líquido, nem é gasoso. o vento só é vento quando encosta nas coisas, quando tira as coisas do seu lugar, quando trepida e desorganiza. é o movimento que ele provoca que denuncia sua presença.

Eu quero ser vendaval.

2 comentários:

Renata de Aragão Lopes disse...

Que poético...

Nadia disse...

Lu
Tu é vendaval!
Um lindo forte quente e humano vendaval!
beijo