eu funciono em pedaços que são conectados por fraçõesdesegundosdeconsciência, misturados com meus pequenos delírios, com as inúme ras fantasias e todas as caixas de medo que carrego em meus corredores.
eu funciono em pe da ços quevi vem
como uma massa compacta que me faz assim como sou. percebo esses fragmentos
em muitas vezes como que agindo por conta própria, fragmentos livres de subjetividade e pequenas alegrias, soltos por aí procurando conexões. E eles vão sem destino, sem prazo de retorno e
eu não me assusto com isso. porque sei que eles retornam. retornam mais cheios, retornam mais crispados, com novos contornos que eu preciso avaliar antes de recebe-los completamente.
eu vivo de fagocitoses quase eletivas.
eu funciono em pedaços quentes e gelados, que deslizam hora como uma massa gelatinosa, hora como pedaços de algodão. por vezes parecem cimento,
mas
quase
sempre
são suaves. acompanham o fluxo do meu sangue e o ritmo descompassado do meu coração.
meus pedaços todos gostam de dias chuvosos como os de hoje.
Eu me encharco e incho.
Eu me fertilizo para que esses pedaços não parem de florescer.
sexta-feira, 9 de setembro de 2011
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
Instruções em caso de pânico

segunda-feira, 15 de agosto de 2011
Suicídio imortal

Com ela, tudo o mais partiu-se e partiu: Me despersonifiquei, me descorporifiquei, me desossei.
Hoje eu sou uma nuvem de idéias e filosofias baratas. Venho tentando me reorganizar e encontrar um novo corpo. Porque dores sem corpo não podem existir. E almas sem dores menos ainda. Procuro um corpo para alugar a minha dor.
Nesse meu necrotério não há esquecimento nem rasgos. Resta apenas uma sutil perplexidade. As pessoas não parecem mais humanas e eu escolhi permanecer me sentindo morta assim. Isso não é ruim. Não é solidão. É simplesmente um perído de autópsia que me traz uma vaga sensação de distanciamento, de pausa, como se agora eu estivesse regulada por uma velocidade íntima e particular.
Eu não morro por ninguém, mas vivo porque amo. Perdão, mas continuarei morta por mais um tempo. Até que meu óbito me faça sentido e esse meu cadáver dissecado volte a irrigar meus sonhos, minhas veias, e o cálcio fortaleça meus ossos para os meus próximos suicídios.
terça-feira, 9 de agosto de 2011
CONCURSO DE CONTOS!
Dessa vez o post é para pedir aos que aqui me seguem ou mesmo para quem esteja apenas de passagem, passe no link abaixo e vote no meu conto, que está concorrendo nesse concurso! Desde já agradeço o apoio de vocês!
www.li3.com.br/clientes/euamoescrever/contos.php?chega-mais-perto&p=1313
P.S. O voto fica nos coraçõezinhos abaixo do título do conto!
www.li3.com.br/clientes/euamoescrever/contos.php?chega-mais-perto&p=1313
P.S. O voto fica nos coraçõezinhos abaixo do título do conto!
sábado, 23 de julho de 2011
Era uma vez Para Sempre
segunda-feira, 18 de julho de 2011
Por que só agora Cortázar?

Porque só agora eu entendo a beleza e o valor de cada palavra.
Porque só agora eu entendo quem ou o que pode ser a Maga.
Porque só agora ele mergulha em mim como
se suas palavras pudessem ser um pouco minhas
(Ah, como eu queria,... Como eu as quero).
Porque eu estou pronta para Cortázar.
Por que só agora Cortázar?
Porque só agora Luciane.
terça-feira, 12 de julho de 2011
Esse corpo que deita ao meu lado

Esse corpo que deita ao meu lado sabe que eu sei que ele anda no comando de uma alma que o ocupa e que eu gostaria tanto de enxerga-la toda e mostra-la para que ele entendesse que essa dor não é dele. Mas então minha alma enxerga o corpo dele e faz com que eu enxergue o meu próprio corpo quebrado e então minha alma, o corpo dele, a alma dele e meu corpo se mostram a mim como se estivessem num debate furiosamente calado. São quatro moradores de uma casa que sente nossos vazios, que também não oferece palavras de conforto algum para nossas dores. São batalhas pessoais, e eu olho para esse corpo que deita ao meu lado e me comovo com nossas lutas individuais em nossa deliciosa e dolorosa companhia.
Eu olho para esse corpo que deita ao meu lado e ele é o meu.
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