Tem dias em que eu não me reconheço: eu praticamente me desconstruo.
Tem dias em que eu não me surpreendo: eu praticamente crio meu próprio pavor.
São dias em que as construções denunciam meus relevos e falésias. Dias onde a minha arquitetura desaba em rabiscos fracos, quase nulos. Eu sou uma absorção que o vento fez das idéias do mundo, sou uma camada fina de ódios.
E estes não são, por isso, dias menos iluminados ou claros. São simplesmente dias de estar em mim em um descontínuo compasso.
Pois o dia dos finais que não chegam nunca, mas dormem sempre ao meu lado, respiram em minha nuca todas as desverdades que eu jamais ousei pensar.
Pensamento é boca calada e ouvidos rasgados.
Sou cheia de pensamentos vagos espalhado sobre todos os líquidos que o mundo ousa petrificar.
Um comentário:
Lu... me achei nas tuas linhas!
Lindo...
Beijos
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