terça-feira, 22 de junho de 2010

Meu mergulho é para poder voar


e me da essa vontade de começar a escrever sem parar e de que as coisas aconteçam do jeito que eu quero e que o mundo me enxergue como eu sou e que eu possa parecer um pouco mais com quem eu devo me tornar. mas eu nem sei a que vim e nao sei quem me viu e quem me vê. eu sou um ponto de interrogação que voa pelo ar buscando algum lugar seguro para pousar.

mas nao existe segurança na vida, nao existe porto alem das próprias inquietações que carregamos sozinhos. mas sei que podemos encontrar cumplices pelo caminho. quer ser meu cumplice? quer mesmo saber o que acontece no espaço entre o riso da interrogação e o ponto final que o encerra? esse vão, esse espaço que sempre me desacomoda. é essa não resposta, é esse vento, esses olhares perdidos que me desviam os responsáveis pelas minhas dores. e eu não posso dizer que nao as sinto e você tambem não.

eu não quero mais estar em meio a pessoas que não conseguem dizer que sofrem e que tem dúvidas também. eu não quero mais pessoas que não conseguem admitir a si mesmas que tem dias ruins e que tem medo. não sei se é porque não quero me sentir sozinha com esse medo existencial justamente quando a solidao é meu maior aprendizado. essa solidão interna, solidão doída, crua, que todos temos e passsamos a vida sonegando de nós.

não nos presenteamos com nossa solidão porque temos medo demais que nossos abismos apareçam. eu ja me atirei dele tantas vezes depois da primeira vez que fui jogada e nada aconteceu. nao morri. eu respiro. sinto que o vento demarca meus próprios limites e permaneço em queda livre. até começar a aprender a voar de verdade. e ver se tu voa comigo.

8 comentários:

Carol Passuello disse...

Lu, que texto lindo! Me emocionei de verdade!
Bj enorme!

Talita Prates disse...

Poxa, Lu.
Estou arrepiada...

Você deve ter escrito isso, catarticamente, "numa sentada". Foi a impressão que me causou.
E tu tiveste a capacidade de levar-me contigo.

Solidão acompanhada... aceitas?

Tiremos o melhor dela: grande aprendizado é possível!

Um bjo.

lindo, lindo!

Talita

leonel disse...

voe pelas letras, e, se agarre ao que não pode tocar...

Abraço do leonel

Luciane Slomka disse...

Carol, minha amiga e super mãe! Obrigada! Pena que a gente não conseguiu se ver, mas não faltarão oportunidades! Quero apertar esses teus gordos! Bjos!!! :)
***
Talita, amiga virtual mas tão real! Tu estás certa, foi bem assim, numa sentada, digitando sem nem olhar para a tela. Sentiu bem certinho. Obrigada por voar comigo. Aceito sempre companhias profundas como a tua! Bjão!
***
Obrgada, Leonel. É isso mesmo que venho tentando fazer! Abraço!

Renata de Aragão Lopes disse...

Voarei contigo, Lu!

E só é possível voar assim:
depois que se admite
os próprios fracassos,
medos e inseguranças...

Para que nos mantermos blindados,
escondidos uns dos outros,
tantas vezes de nós mesmos?

Adoro seus textos! : )

Beijo doce de lira.

Anônimo disse...

É melhor voar sempre... de que pousar inadequadamente...

Carol Passuello disse...

Lu, tô sentindo falta dos teus escritos! Tenho que crer para ver!
Passa lá no meu blog que tem um selinho pra ti!
Bjs

Tati disse...

Lu, já estou te acompanhando neste mergulho, mesmo sabendo que os caminhos são individuais, senão a solidão não respira... Que texto brilhante! Li umas três vezes, não por que não o entendesse, mas por que o entendi demais, por que senti que poderia (e adoraria) tê-lo escrito, por que muitos dos meus medos, anseios, questionamentos estão nele. Parabéns. O mergulho na solidão, nas nossas trevas, nos trazem inspirações como estas. Um beijo.