segunda-feira, 7 de junho de 2010

eu não sei não ser assim

E eu que fico aqui pensando no que posso escrever nesse blog, que hoje tem 113 seguidores que não sei o que ou porque leem e não sei se o que digo faz algum sentido, se tudo isso aqui não é um grande teatro e se a vida não é uma grande fachada e se as pessoas não pensam assim como eu; as pessoas não pensam no fim, não pensam no infinito, não pensam nas perdas, na dor nos desencontros.

Eu não sei se sou só eu que sou assim de se perguntar das cores do céu, do comportamento do mendigo na rua que fala sozinho; que espero enxergar amor nos olhos das pessoas até chorar. Eu não sei se sou só eu que acredito na complexidade, que vibro com insunuações, que respiro divagações e busco suportar e acreditar nas ambiguidades. Eu, que sou pequena e gigante, que sou futil e complexa, que sorrio por qualquer elogio bobo, eu, que sou uma resposta a perguntas dúbias.

Eu sou receptáculo de mensagens contraditórias e ainda assim acredito nas pessoas, acho que devia acreditar mais em mim, mais nas pessoas que me querem bem, acreditar mais que eu sou do bem e e que posso ser do mal também. Eu preciso aprender mais sobre o mal, sobre o meu mal e os maus. Preciso ranger mais os dentes, ser aguerrida comigo e com os meus dedos.

Eu preciso escrever mais, preciso que as pessoas me escutem. Mas por que? Por que essa necessidade de ser lida, por que essa vaidade? Porque as coisas só ganham vida quando saem da mente, porque a vida é so vida quando a gente vê que pode perde-la assim por tão pouco. E o perde-la não se refere à morte mas sim a perda da vida que acontece bem antes. Porque a gente não pode ser só isso. Porque podemos ser mortais, mas temos que ser eternos.

6 comentários:

Carmem Gomes disse...

Lu, nao pense muito...deixa fluir tudo que lhe vem a mente. Que tenha aplausos ou não, o importante sempre é ter sentimentos e que estes sejam sensiveis e passiveis de erros. Beijossss boa semana!

Olhozinho disse...

Ah, por que escrever, por que publicar, por que ler e por que ser lido... Só quem escreve sabe da necessidade da escrita. Quem escreve deixa seu pensamento mudar quando encontra o espaço liso do papel ou da tela. Quem escreve deixa de ser um eu para tornar-se um outro. Quem escreve libera sua escrita para que o mundo faça dela o que bem entender. Quem escreve faz com que aquilo que parece vaidoso e egocêntrico, encontre a possibilidade de deixar de ser.

Nádia Lopes disse...

Lu, não sei que dor/prazer é esse que se interpõe a cada ato nosso e que nos faz tão vivos/latentes/expostos...não sei nem se faz sentido sentir tanto, mas sei que estar aqui é como um bônus/ônus, um passo/laço, um vôo/queda, um minuto unico, irreversível e tão nosso que chega doer a responsabilidade...ainda bem que estamos por aqui dispostas a ser o que vier,é assim que deve ser né?
beijo grande

Renata de Aragão Lopes disse...

Lu,

também me questiono
a respeito às vezes.

Por que escrevo?
Por que escrevo sempre?
Por que, a partir do Doce de Lira,
tornou-se prazer e compromisso
expor minhas letras?

Prossiga, querida!
É o farei,
independentemente de respostas.

Beijo,

Pilar disse...

eu sou leitora de blogs que fazem "ler e pensar", como eu os chamo. também me pergunto porque preciso as vezes ler o que já sei pra pensar de novo no assunto, pra ter coragem de por o assunto pra fora. pra fora de mim mesma, que as conversas são sempre de mim comigo.

enfim, faço terapia mas as vezes não consigo ir tão longe e entender o porque.

da leitura de blogs, como o seu, só sei que me fazem bem, me fazem pensar e refletir sobre como eu penso sobre esses pontos. e as descobertas sempre são boas pela segurança que trazem junto de se saber mais de si.

beijos e adoro o blog!

Luciane Slomka disse...

Obrigada pelas tuas palavras Carmem! A gente segue aprendendo...
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Ju, tudo lindo o que tu disse...tudo real. Bjo!
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Ah NAdia, ainda bem e tomara que a gente nunca perca essa disposição para se indispor com o que está posto. Bjo!
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Re, querida. Prossigamos sempre!! Bjo!
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Oi Pilar! Bem-vinda! Que bom que esse meu espaço te faz bem e te faz pensar. Talvez a gente nunca encontre as respostas, por mais terapia que a gente faça. Talvez o mais importante é conseguir se fazer as perguntas, e não deixar nunca de se indagar e se indignar e se maravilhar com tantas coisas que essa vida nos oferece, né? Apareça mais, escreva mais...!
Beijo!
Obrigada pelo teu incentivo