
- Nós não precisamos nada. Simplesmente morremos. Não achas que a vida seria ridícula demais se não houvesse fim? Quão patéticos seriamos sendo eternos. Quantas bobagens ainda maiores não cometeríamos em nome da infindável chance de podermos corrigi-las. Aqui não há chances, meu irmão. Temos a ilusão de oportunidades mas na verdade não há nenhuma. Cada atitude já passou e somos apenas espectadores dessas consequências. Eu tenho meu livro, o livro da minha vida, e tu tem o teu. Tu tem se preparado para o que tu escreves? Tens lido o dicionario? Tu segue uma sequência ou simplesmente vomita acontecimentos na tua historia? Vai dizer que isso não é de se pensar, hein?
- Mas quem disse que eu quero ordem e sequência? Quem disse que eu quero escrever alguma coisa? Eu sigo vivendo os acontecimentos à medida que eles se mostram, eu vivo a vida no agora. Não é isso que dizem? Viver o hoje? Tu mesmo tava dizendo aí que a gente não é eterno e tal!
- Isso tudo é uma baita desculpa! Desculpa furada! Para de entregar tua existência ao acaso e ao destino. Não existe destino. Existe uma escada, ou um espiral se tu preferir, que é essa nossa vida encadeada em fatos, historias e pessoas. E quer saber? No final não faz a menor diferença, porque o último capitulo da história chega para todos e é sempre o mesmo. Mas quantas paginas tem o teu livro hein? E é um livro de merda ou é um livro que pode até ser fino mas é inesquecível, tipo aqueles clássicos; e não tô falando isso para que tu me diga se vai ser bom ou não de ser lido por outros. Porque, meu amigo, ninguém dá a mínima para a tua ou a minha historia; ninguém vai te ler, irmão. A gente escreve para um leitor que não existe. Contamos nossa historia para um vento que não leva nossas palavras a lugar nenhum. Qual eco vai ficar? E vai servir para alguma coisa no final? É nisso que a gente tem que pensar.
- Sei la. Esse papo ta me deixando confuso.
- Pois é. Mas por falar em vento: Diz que chove amanhã no jogo, né?
- Bah, meu. Esse jogo tá me tirando o sono. Vai mais uma aí?
- Manda aí. A saideira.
6 comentários:
Nossssssaaaaaaaa, que saidera o quê,
me dá um dose dupla de cachaça mesmo!
Tô aqui tentando ouvir meu eco ...
Alguem mais ouviu?
Perfeito Lu!
Bbjo
(risos)
Quem disse que, de conversa de boteco, não saem grandes estórias? A saideira e fim de papo!
Adorei!
Valeu Marilu!! Tem horas que só bebendo mesmo pra entender isso tudo... E teu eco tá por aí, pode ter certeza! Beijos!
***
Valeu, Re! Filosofias criadas e debatidas em botecos são geralmente as melhores! Beijo!
Eh isso ai Lu, um fio nos trans-corre.E para que corrermos tanto?E para quem fazemos o que?Somos nada e ao mesmo tempo somos tudo(soh para nos).
Eh filosofia de boteco q delicia, mas nao vale ficar com medo e desconversar, assim como de costume as pessoas fazem.
Bjs
Comentando o comentário...
Antes porem quero q saiba ...ADOREI que tenha 'ido me "ver" rs.
o Livro é de fato lindissimo,causou revoluções internas em mim,quando o li e agora q reli.
fico feliz que tenha gostado.
"quedei" por vc e pelo seu blog tb.
beijo
De
Valeu Denise!
Trocaremos idéias e leituras, então! :)
Postar um comentário