
Se tu soubesses como eu quis te curar. Se eu soubesse desde o princípio que palavras não curam nada. Palavras encruam quando é o corpo que padece. Tu estavas cansada, entregue. Aventurei-me contigo porque sabíamos que tu queria mais do que um corpo doente podia. Querias te reconciliar com a fortaleza que tu criou, derrubar as tuas certezas. E eu fui contigo; apedrejamos, dinamitamos, arrebentamos. Sentimos juntas as escoriações.
Mas era teu o corpo que sofria. E foi ele a barreira final contra a qual nada pudemos fazer. Tu não conseguiu me avisar, ou eu não consegui ouvir. Sei que foi assim. E talvez seja assim simples mesmo. O corpo é sempre nosso obstáculo final, e ele só avisa isso no fim. Eu sigo aqui na minha luta, na luta que fiz contigo, em todas as minhas outras lutas.
Meu corpo segue.
6 comentários:
A luta, no fim das contas, também vira lua... Bj
Amei esse comentário, Marjorie! Obrigada! Beijo para ti!
Lu, nao ensombre. Ilumine. Voce é linda...
Luciane,
A impermeabilidade do corpo, como papel-filme.
Beijos,
Marcelo.
Uma boa imagem essa Marcelo, do corpo impermeável e ao mesmo tempo tão transparente. Legal te ver por aqui!
De fato:
o corpo
vence
a palavra.
Bjo, psi.
Postar um comentário