
A gravidade não é grave. Grave é não ter asas, grave é temer a gravidade.
Ser complexa é dificil nos dias de hoje. O mundo pede resolutibilidade. Eu quero ser simples e complexa. Organizada e complexa. Terrena e sobrenatural. Será que dá para me entender? E parece que quando fico mais complexa, quando começo a flutuar, a gravidade me puxa, me faz voltar, e eu deixo para trás as coisas que eu escrevo na minha mente. E quando as perco do papel elas se perdem de mim, as palavras. Eu visito sensações e idéias que não conseguem virar palavras e isso me estremece. É como se estivessem mil palavras à minha espera, esperando para serem escritas. Mas que presunção, então eu penso. Milhões de palavras são ditas e escritas todos os dias, por que logo as minhas?
Talvez o desafio da vida seja justamente esse, de poder ser grave, de sentir a gravidade, os pés no chão sem deixar de gravitar. Será que as pessoas conseguem fazer isso? Eu teimo em acreditar que sejamos ou terra ou ar. Eu acho que é possível esse encontro do devaneio com a responsabilidade.
Sinto que a hora da escrita vem chegando. Quem sabe ela seja a resposta, a aliança entre terra e ar. Dar ao devaneio um destino concreto, palpável. Transformar o sonho em folha. Talvez seja isso chegar na maturidade. Ainda não sei, sigo caminhando, gravitando, refletindo, escrevendo. Sabe-se lá onde isso tudo vai parar.
5 comentários:
Que bom que tu voltou! Tava com saudades!
Bjs
Lu, andei afastada, é tão bom voltar e te ler, amada&amando, inspirada&inspiradora, voadora e grave,plena! beijooo
Eu sou água, mas vivo sempre entre a terra e o ar.
:)
"Transformar o sonho em folha. Talvez seja isso chegar na maturidade."
Escrever e subscrever. Assumir cada uma das letras pronunciadas. Pregá-las na testa: à vista de todos e do espelho.
Bonita reflexão, Lu!
Um beijo,
Doce de Lira
Oi, queri! Queria muito te fazer um convite, para onde te escrevo e/ou ligo?
Beeeijos!
Postar um comentário