terça-feira, 31 de agosto de 2010
Des-abafos
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
Ímpar

quinta-feira, 26 de agosto de 2010
eu

quarta-feira, 18 de agosto de 2010
18
Trazendo o dia dezoito como sua marca
E foi assim, em mais um dia dezoito,
que tu chegastes. E por aqui ficou.
Ficou porque eu consegui ficar também.
Ficou porque me alimentas e
me fazes estar mais comigo também.
Ficou porque me ensinou a ser tua sem lição nenhuma
Ficou porque me conquistou rápido e devagar
Criando uma velocidade só nossa,
que eu jamais poderia inventar.
Eu fiquei, tu ficastes, estamos ficando,
e assim vamos permancendo.
Que nossos dezoitos sejam muitos
que o amor nunca pereça frente aos desafios
frente a nossas dores, nossos medos,
e nossas novidades.
Que o dezoito seja sem fim.
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
vendaval
eu quero que essa ventania não vá embora sem levar com ela as coisas que não quero mais, os modos que não me pertencem mais, as lembranças que em mim não couberem mais.
eu quero que essa ventania não vá embora antes de deixar comigo as marcas do que ela pode trazer, as notícias do que vem pela frente, a cadência do que estou em vias de conquistar, mesmo que as novidades sejam reinvenções do que já vivi.
amo o vento. amo o seu atrito suave, que não é sólido, não é líquido, nem é gasoso. o vento só é vento quando encosta nas coisas, quando tira as coisas do seu lugar, quando trepida e desorganiza. é o movimento que ele provoca que denuncia sua presença.
Eu quero ser vendaval.
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
Pequenas gravidades

A gravidade não é grave. Grave é não ter asas, grave é temer a gravidade.
Ser complexa é dificil nos dias de hoje. O mundo pede resolutibilidade. Eu quero ser simples e complexa. Organizada e complexa. Terrena e sobrenatural. Será que dá para me entender? E parece que quando fico mais complexa, quando começo a flutuar, a gravidade me puxa, me faz voltar, e eu deixo para trás as coisas que eu escrevo na minha mente. E quando as perco do papel elas se perdem de mim, as palavras. Eu visito sensações e idéias que não conseguem virar palavras e isso me estremece. É como se estivessem mil palavras à minha espera, esperando para serem escritas. Mas que presunção, então eu penso. Milhões de palavras são ditas e escritas todos os dias, por que logo as minhas?
Talvez o desafio da vida seja justamente esse, de poder ser grave, de sentir a gravidade, os pés no chão sem deixar de gravitar. Será que as pessoas conseguem fazer isso? Eu teimo em acreditar que sejamos ou terra ou ar. Eu acho que é possível esse encontro do devaneio com a responsabilidade.
Sinto que a hora da escrita vem chegando. Quem sabe ela seja a resposta, a aliança entre terra e ar. Dar ao devaneio um destino concreto, palpável. Transformar o sonho em folha. Talvez seja isso chegar na maturidade. Ainda não sei, sigo caminhando, gravitando, refletindo, escrevendo. Sabe-se lá onde isso tudo vai parar.