sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
Será que estamos mesmo vivos?
Não sei, mas estou cansada.

Eu, que tantas vezes não sei quem eu sou, que busco imagens, frases soltas, pessoas que me lembrem da minha essência, que me conhecem de verdade. Eu, que me escondo em músicas, me vejo muitas vezes dispersa nas poças d'água, quase sem fôlego. Mas de repente algo acontece. De repente eu sigo. Acordo pronta para tentar de novo. Não sei o que e não sei por que. Eu realmente sou uma otimista, como já me disseram. Tenho raiva disso, tenho medo de tantos medos que carrego. Preciso comprovar que sou digna da minha confiança em mim para continuar a ser digna da confiança dos outros. Mas alguém sabe o que é mesmo a dignidade? Alguém sabe no que confia?
Não sei, mas estou cansada.
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
Defensa de la alegria
defenderla del escándalo y la rutina
de la miseria y los miserables
de las ausencias transitorias y las definitivas
defender la alegría como un principio
defenderla del pasmo y las pesadillas
de los neutrales y de los neutrones
de las dulces infamias y los graves diagnósticos
defender la alegría como una bandera
defenderla del rayo y la melancolía
de los ingenuos y de los canallas
de la retórica y los paros cardiacos
de las endemias y las academias
defender la alegría como un destino
defenderla del fuego y de los bomberos
de los suicidas y los homicidas
de las vacaciones y del agobio
de la obligación de estar alegres
defender la alegría como una certeza
defenderla del óxido y la roña de la famosa pátina del tiempo
del relente y del oportunismo de los proxenetas de la risa
defender la alegría como un derecho
defenderla de dios y del invierno
de las mayúsculas y de la muerte
de los apellidos y las lástimas
del azar y también de la alegría.
Mario Benedetti
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
E = df x Vf x g
Para calcular o empuxo é preciso saber o Princípio de Arquimedes que diz o seguinte: “Um corpo submerso em um fluído em equilíbrio, sofre a ação de uma força, denominada empuxo, a qual é vertical, para cima e a intensidade é igual a do peso do fluido deslocado.”
Isso significa dizer que tudo o que está por afundar tem uma força que a(o) impele a subir. Isso significa dizer que se a física fala isso sobre as forças invisíveis e sua potência, o que podemos imaginar das forças também quase invisíveis, as emocionais?
Lendo mais sobre o empuxo recordei também que é justamente devido a esse fenômeno que os objetos, dentro d'água, ficam muito mais leves do que na realidade são. Então, existem dois ângulos pelos quais se pode pensar:
1) Quando estamos afundando, sempre existe uma força que nos impele a subir, por mais que, consciente ou inconsconscientemente desejemos afundar;
2) Quando estamos afundando, por mais paradoxal que possa parecer, nos tornamos mais leves para quem queira nos "carregar", porque supostamente já temos essa força nos empurrando para o alto;
Pode até ser uma tentativa excessivamente positiva de ver nossos afogamentos emocionais eventuais e nossa necessidade de resgate, mas pode fazer sentido.
O importante mesmo é não se afogar.
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
A caçada

Eu me pego pensando no quanto as pessoas tem histórias dramáticas, engraçadas, cômicas, podres e sujas, lindas e comoventes, escondidas e escancaradas. Pessoas reservadas demais, pessoas expostas demais, pessoas assustadas demais, pessoas inconsequentes demais. Saudáveis demais. Doentes demais. E no meio de tantas vidas, de tantas histórias, de tantas perdas, conquistas, receios, complexos e dramas, fico pensando sempre o que de mim enxergo em tudo isso. Que parte minha vê essas coisas todas e o que meus olhos fazem com isso.
Eu me pego pensando em quem sou eu em meio a tanta humanidade que me rodeia. Tento desvendar quem eu sou e quais são meus medos e minhas dores internas em meio a tanta dor real que me circunda. Tento desvendar quais são os meus motivos para sorrir em meio a tantos outros sorrisos que me gritam. Falsos ou verdadeiros. Tento ver qual é o meu olhar, pelo que meu olho vibra, pelo que meu olho encharca.
Eu me pego pensando, afinal, se sou quem eu sempre pensei que fosse, quem eu sempre quis ser. Se eu posso me tornar quem eu sempre quis. E se eu ainda quero essa tal mesma coisa que sempre quis.
Sigo assim. Me pegando pensando e em seguida, me deixando escapar. Só pelo prazer da caçada.
sexta-feira, 8 de janeiro de 2010
Em construção
segunda-feira, 4 de janeiro de 2010
Virando a ampulheta

Deixo que os dias venham me contar o que será do meu tempo. Mas a virada já começou muito bem, cheia de esperanças, cheia de retornos eternos e cheia dos meus sonhos e devaneios infinitos.