segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Primavera


O calor desnuda minhas idéias
Suo vontades e desafios
Aqueço lembranças,
desvelo expectativas
Quero pétalas, gelo e suor
Sei que jamais serei só
porque já sou inteira.
Floresci.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Motor

A rapidez da vida
Só desacelera meus passos.

Sigo lenta nas certezas
Rápida frente a dúvidas

Eu engasgo com o belo
Só para poder chorar

Eu apago em ventanias
Só para ouvir o assobio

Sou suave nas curvas
Só para sentir meu corpo

Derrapo quando te vejo
Só para sentir o arrepio

Não tenho mapas nem destinos
Não tenho estradas, pavimentos

Sou terra, areia e chão.
É uma audácia dirigir a vida

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Retorno e(terno)

Tudo o que eterno é terno.
O Infinito é para sempre.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

A dificuldade de se encontrar e as pequenas mentiras que as pessoas contam

Desculpe o incômodo, meu amor, mas a minha campainha deve estar estragada. Não toca mais. Por isso é que você deve estar se perguntando a razão pela qual vem até minha porta dia após dia, toca, e som algum é emitido por ela. Não que eu esteja preocupada ou querendo voltar a falar com você.

Caso você esteja triste com a dificuldade de me encontrar, meu telefone foi cortado somente para receber ligações suas, não entendo o que se passa. Meu computador não recebe suas mensagens, meu carteiro se recusa a entregar cartas que tenham seu nome no remetente. As outras todas tem chegado. E não que eu fique cuidando, pois para mim é indiferente receber algo que contenha seu nome. Nem percebo a falta de sua presença.

Mas, por favor, não insista pois isso só lhe trará mais decepção. Não que eu esteja preocupada com seus sentimentos pois realmente estou me sentindo muito bem longe de você.

Não é por não querer-te bem, e sei que não é porque não me desejas mais. Simplesmente a você não é permitido mais o contato comigo por alguma razão que não nos compete. E não é preciso que se desculpe. Eu entendo que não é escolha sua. Sei que você adoraria me ter em seus braços de novo. Não que eu fique pensando nisso ou então pensando se em tal instante você estaria ouvindo a mesma canção do que eu. De forma alguma.

Mas, por favor, não insista em sua procura pois isso só deve estar lhe fazendo sofrer.

Eu? Eu não sofro. Eu fico aqui só a imaginar você sem mim. Não que eu esteja sentindo sua falta ou não suportando ficar sem você. Não se trata disso.

Porque eu estou ótima, escrevendo histórias de ficção sobre a dificuldade de se encontrar e as pequenas mentiras que as pessoas contam.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Férias

Blog, corpo e mente dessa que vos fala fechados para balanço!
Mas antes de sair, uma frase do Carpinejar para me acompanhar e para deixar por aqui:
"Quem não tem peso não voa"

Fui ali voar e já volto!

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

A hora certa


Quando é a hora certa de levantar vôo?

Quando é a hora certa de perceber que alguém mexeu no seu queijo?

Quando é a hora certa de sair de cena por cima?

Quando é a hora certa de voar em carreira solo?

Quando é a hora certa de sabermos que estamos preparados?

Quando é a hora certa de saber que a hora é certa?

Quando?

Minha cabeça fervilha de idéias, projetos e sonhos.

Talvez a hora certa seja exatamente AGORA.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Fôlego

nao quero apagar o que ja fui nao quero esquecer do que ardeu sinto falta das pontuacoes dos sinais do que da limites nao sei onde as linhas comecam e terminam nao entendo as palavras as vezes elas viram meros desenhos graficos disformes que nao me mostram imagem alguma sou alegre e triste plena e vazia sou assim inconstante quieta calma e trovejante nao consigo me doutrinar nem explicar em linhas cansei de ser didatica sou disforme e iletrada apaixonada sou artista sou doenca sou saude da alegria as lagrimas as imagens na retina ficam gravadas e minha mente busca novas nascer do sol pegadas na praia vestigios do que ja fui e de quem passou nao quero reedicao nao quero deixar de acreditar na vida sou amor novo em coracao velho sou uma antiguidade em promocao nova colecao passada a limpo sei do que amo e do que nao posso sei do impossivel e do evitado sei do escandalo e do grito e so por isso posso amar de novo

Ponto.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Últimos sonhos de agora

Eu, aqui com meus botões, pensando: se semana que vem eu fosse morrer, com qual grande acontecimento eu gostaria de encerrar minha vida? E não estou falando aqui em estar rodeado pelas pessoas que amo, estar em paz, ver o sol se pôr, etc. Isso já é implícito. Estou falando de algo mais real, concreto, objetivo.

Você tem algo com que sonha e nunca pôde realizar e que gostaria de fazer antes de morrer?

Pode ser dirigir um BMW conversível a 200km/h, pode ser escalar o Everest, pode ser assistir a um show do seu cantor preferido; Ou então coisas banais: tocar violino, pintar uma tela, saltar de bungee jump, reencontrar alguém, se reconciliar com alguém, plantar uma árvore...

Hoje, vendo o que vejo, creio que podemos até não chegar nunca a concretizar um grande sonho, mas sem ele já podemos até nos considerar mortos antes mesmo do último suspiro.

Porque não querer nada é pior do que ter tudo e não saber.
Porque sonhar, mesmo sem ter, é melhor do que ter sem querer.

A propósito 1: eu tenho sonhos desse tipo, que, por agora, me movem: quero participar de uma peça de teatro, quero ver um livro meu publicado, quero poder dar à luz, quero conhecer Roma, a Torre Eifel iluminada à noite, quero assistir a um show do Keane, ter a coragem de voar de asa delta, conhecer o Andre Comte-Sponville e outros escritores que amo.

A propósito 2: Mas o meu maior sonho dessa semana, que estou podendo realizar, é poder ajudar a realizar o sonho de outra pessoa. Mas ele seria mais completo ainda se eu pudesse ver essa pessoa realizando o seu grande sonho e estar lá no momento, vendo a carinha dela de plenitude. Não tem maior satisfação do que essa.

Mas esse sonho, de ver pessoas buscando pelos seus, é um dos que eu tenho o privilégio de realizar todos os dias.

Amém.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Coração na boca

Me espera que eu chego
e acalmo nosso dia no sorriso

Me espero e tu chegas
trazendo nossa força nas mãos

A casa, então, nos espera
como se espera o amante

Flores, aromas e poemas
Para uma vida nova
Feliz e forte

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Os pés do meu pai

Eu sou daquelas que não fico mais sentimental em dia dos pais, dia das crianças, Natal ou dia da avó. Para mim essas são datas comerciais apenas e que muitas vezes servem para que aliviemos nossas culpas presenteando tal pessoa no "seu" dia, mesmo que nos outros todos nem a valorizemos tanto.

Mas vendo os comerciais e as propagandas do dia dos pais e vendo o meu pai mais especificamente, lembrei de algo que eu sempre amei fazer com ele: ficar sobre os pés dele enquanto ele caminhava. Ser conduzida por ele. Alheio a qualquer caráter edípico obviamente incluído nesse prazer, trago essa sensação para a pessoa que me tornei. Andar sobre os pés do meu pai representava estar amparada, ter uma base ao longo do caminho. Estar protegida e ainda ter aquela privilegiada sensação de não ter a responsabilidade de ter de escolher o próprio caminho. Era o pai quem dizia por onde era melhor seguir. Mesmo quando nem ele mesmo tinha certeza. Mas disso eu não sabia e nem me interessava.

Hoje sou eu quem dou cada passo do meu caminho, não caminho sobre os pés de ninguém. Tropeço, erro, mudo a direção, dou alguns passos para trás de vez em quando, mas não fico no mesmo lugar. Ainda assim, existe um pé invisível por debaixo do meu. Aquele pé que me deu suporte, que suportou os primeiros impactos do caminho por mim e que me deu o amortecimento para que eu, hoje, possa estar encontrando meu próprio caminho.

O melhor de tudo é que ele sabe disso todos os dias e eu não preciso dar um grande presente e um cartão para ele no dia 9 de agosto. Ele recebe meu agradecimento no meu olhar diariamente, e em poder, quem sabe, se orgulhar de ter ajudado a me fazer quem eu sou hoje. Tenho orgulho de dizer que me acho parecida com ele no caráter, na determinação, no prazer em amar o que eu faço, no prazer de ser gentil e amável com as pessoas ao meu redor, independente da posição que ocupam.

Tenho orgulho de ser filha do meu pai e agradeço pelos pés dele.

Agradeço com meu caminhar e sei que ainda vou longe, muito longe, mas sempre acompanhada dele.

Para sempre.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Blindness


E quando a perspectiva de felicidade te encarar, para onde estarão mirando teus olhos?

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Tears DON'T dry on their own


Uma vez eu ouvi que quando a gente está MUITO triste ou MUITO feliz não consegue escrever no blog; Que falta inspiração. Ontem fiquei preocupada com isso. Eu busquei, pensei, refleti, viajei e ainda assim não consegui achar nenhum tema interessante o suficiente para postar aqui. Começava e apagava, pensava e desistia.

Fazendo uma auto-análise sobre essa falta de assunto pensei na possível razão disso, que então no meu caso e nessa teoria, seria o fato de estar MUITO feliz. Mas não posso aceitar isso. Porque eu amo escrever e amo ainda mais estar MUITO feliz. O que fazer? Estragar minha felicidade para conseguir inspiração? Não, não. Talvez então buscar inspiração na própria felicidade.

Então fiquei pensando nesse meu momento feliz, pleno, e tentando ver o que eu fiz para chegar até aqui. Porque sorte não foi. Destino, muito menos. Eu lutei para conquistar essa felicidade. Eu busquei estar sempre me vasculhando, me conhecendo, me descobrindo para saber o que realmente eu preciso e quem realmente eu preciso nessa vida. Eu descobri e não aceitei menos do que isso. Eu descobri e não tive medo de enxergar minhas partes feias para poder consertá-las. Eu descobri e não fechei os olhos.

Então agora vejo que as lágrimas da gente não secam por si próprias. Requer muito esforço, auto-conhecimento e auto-confiança. E, claro, confiança na vida nunca é demais. Confiança de que quando a felicidade finalmente bater à nossa porta, a gente possa lembrar que ela não apareceu por acaso. A gente a convidou para entrar.

Entra, felicidade. Entra porque eu te chamei, te busquei e te re-conheci.