Endovenoso quando
escorregar por minhas vias,
invadir meus órgãos,
irrigando todas as bordas
e superfícies internas.
Subcutâneo quando agir,
bordeando minha camada exterior,
sondando de perto a minha derme,
Me enxergando inteira por dentro,
drenando quem eu tento ser.
Oral quando eu o engolir e
for ele quem me devore, me sorva.
Percorrendo minha garganta e
indo direto ao meu estômago
Ora minha náusea, ora meu conforto.
Que seja essa a minha droga, meu remédio.
Que eu conheça toda sua posologia,
As contra-indicações,
E a dose que possa ser fatal.
Não quero mais bulas.
9 comentários:
"drenando quem eu tento ser."
Acho que drenando
quem somos.
Uma máscara
- que curioso! -
necessária
para que possamos
respirar...
Tentarei escrever
a respeito! : )
Beijo, querida
e bom fim de semana!
Rsrsrss... também não gosto de bulas, ou de listas, ou de emendas, ou leis ou muita ordem, nada que me impeça de mover-me de acordo com a minha vontade, nada que me impeça de viver conforme o meu próprio julgamento.
Forte e belíssimo texto, Luciane, obrigada pela visita e o comentário tão carinhoso.
Beijo grande!
(PS.: tendo visto um erro de ortografia gravíssimo, corrigi o comentário! =* )
Uau!
Achei um máximo este poema!
Beijos!
Isso Re, vamos dialogando em forma de poesia. Beijao e bom fim de semana para ti tambem!
***
Oi Kenia! Obrigada pela tua visita aqui também! Beijão!
***
Que bom, Lara! Beijos!
***
Ahahahaha! Essa via de administração não é poética aos meus ouvidos, Marcos! E nem aos dos leitores que por aqui passam, eua acho... :)
Digamos que perdeu-se um pouco do tom do texto original, mas gostei da criatividade! :)
Lu,
eu lhe disse
que escreveria a respeito.
Presente pra você
lá no doce de lira!
Um beijo.
Presentão! Amei, Re!
Obrigada de coração!
Beijo!
olá!
eu acho as bulas o q tem de mais 'curador' nos pharmakos!
"...trato-me, pois, com isto
mas não sei se o medicamento
ou se seus meros signos
que me são efetivos."
mas o poema teu... pega na veia e na alma!
muito bom!
abraços
o/
Olá, moça Luciana!
Cheguei aqui pelo blog Doce de Lira. E gostei desse! =)
Havia lido o "Comprimida", que a Renata escreveu lá, e que, segundo ela, foi mei que inspirado nesse teu...
Mas... Sei lá... Achei esse teu "Tarja preta" tão mais intenso, digamos...
Me fez lembrar o meu "Placebo"...
Prazer em ler! Até a próxima!
=*
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